As emergências das matemáticas e a decolonização do pensamento científico do lado de cá
DOI:
10.37001/remat25269062v20id787Palavras-chave:
Etnomatemática, Espaços Socioeducativos, Saberes Locais, Realidades EtnográficasResumo
Esse texto organiza algumas reflexões, com as quais temos nos empenhado, em resposta a questões que nos interpelam, desde que iniciamos nossa atuação acadêmica, no universo dos conhecimentos de povos culturalmente distintos. Mais especificamente, no universo dos conhecimentos de povos indígenas. Nos debruçamos sobre a questão: Se defendemos que os indígenas devem produzir, praticar e teorizar seus conhecimentos a partir de narrativas próprias, condizentes com sua visão de mundo e seu modelo de pensamento, e que, nossa principal e primeira função como educadores é propiciar as condições para a existência de espaços comunicativos transculturalmente compartilhados, por que razão continuamos a nos submeter, de maneira acrítica, aos cânones acadêmico científicos do norte, reproduzindo em nossas Universidades e Programas a visão de verdade científica, condicionada ao método, ao modelo e às línguas difundidas e impostas pelos colonizadores? Nossa tentativa foi de produzir um texto que organizasse alguns pressupostos, os quais, acreditamos, argumentam na construção de um campo discursivo em favor da existência das múltiplas matemáticas e, ao caracterizá-las em alguns dos diferentes cenários dos quais emergem, avançarmos um pouco mais a conversa sobre o Programa Etnomatemática e a necessidade da descentralização do pensamento científico global.
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