Matemática que se sente na pele: o Pensamento Matemático de alunos surdocegos

Autores

DOI:

10.37001/remat25269062v20id763

Palavras-chave:

Alunos surdocegos, Pensamento Matemático, Produção de conhecimentos

Resumo

O presente artigo, de abordagem qualitativa descritiva, com características de um estudo de casos múltiplos, tem por objetivo apresentar e discutir resultados de uma pesquisa de doutorado que objetivou investigar e discutir características do Pensamento Matemático de alunos surdocegos de uma escola do município de Londrina-PR. Para tanto, assumiu-se como perspectiva epistemológica e metodológica o Modelo dos Campos Semânticos (MCS), proposto por Rômulo Campos Lins. Como suporte teórico, adotou-se uma caracterização para o modo de produção de significados para a Matemática esperado de alunos no contexto educacional paranaense, desenvolvida a partir da produção de significados do primeiro autor deste trabalho para os resíduos de enunciações contidos nas Diretrizes Curriculares da Educação do Paraná para a disciplina de Matemática. Tendo esses referenciais, realizou-se uma leitura dos resíduos de enunciações de dois alunos produzidos durante entrevistas semiestruturadas que tinham por objetivo caracterizar os contextos escolares em que estiveram e/ou estão inseridos e uma caracterização para os modos de produção de significados para a Matemática, ou ainda, para o Pensamento Matemático de cada um deles. O estudo evidenciou que o modo mais presente e valorizado em toda aprendizagem escolar dos alunos, de noções concretas às abstratas, após o surgimento da surdocegueira, esteve indissociável da manipulação, presente ou passada, de objetos físicos. Apenas um dos alunos demonstrou possuir o Pensamento Matemático esperado no contexto em que estão inseridos, e que ambos demonstram, em seus modos de lidar com a Matemática, coisificar noções matemáticas e fazer referência a objetos “concretos”, “cotidianos”.

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Biografia do Autor

Marcelo Silva de Jesus, Instituto Federal de Santa Catarina – IFSC

Doutor pela Universidade Estadual de Londrina (IFSC). Docente de Matemática no Instituto Federal de Santa Catarina (IFSC), Jaraguá do Sul, Santa Catarina, Brasil.

Angela Marta Pereira das Dores Savioli, Universidade Estadual de Londrina – UEL

Doutora pela Universidade de São Paulo (USP). Docente de Matemática na Universidade Estadual de Londrina (UEL), Londrina, Paraná, Brasil.

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Publicado

23-01-2023

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Como Citar

JESUS, Marcelo Silva de; DORES SAVIOLI, Angela Marta Pereira das. Matemática que se sente na pele: o Pensamento Matemático de alunos surdocegos. Revista de Educação Matemática, [s. l.], v. 20, n. 01, p. e023009, 2023. DOI: 10.37001/remat25269062v20id763. Disponível em: http://www.revistasbemsp.com.br/index.php/REMat-SP/article/view/10. Acesso em: 27 abr. 2024.

Edição

Seção

Artigos Cientí­ficos