O problema dos camelos numa história em quadrinhos: reflexões e construção de saberes docentes

Autores

  • Gabriela dos Santos Barbosa gabrielasb80@hotmail.com
    Universidade do Estado do Rio de Janeiro https://orcid.org/0000-0003-4442-6022
  • Alzir Fourny Marinhos profalzir@hotmail.com
    Fundação Educacional Unificada CampograndenseMestre em Educação Matemática
  • Alexandre Herculano Ferreira Freitas alexandre.unirio@gmail.com
    Universidade Federal do Rio de Janeiro

Palavras-chave:

saberes docentes, licenciatura em matemática, frações

Resumo

Este artigo tem como objetivo identificar os saberes docentes construídos por quatro estudantes de licenciatura em matemática ao analisarem as potencialidades didáticas de uma história em quadrinhos que apresenta o clássico problema dos 35 camelos de Malba Tahan. Os sujeitos desta pesquisa são estudantes do Programa Institucional de Bolsas de Iniciação à Docência (PIBID) de uma fundação educacional situada na zona oeste do Rio de Janeiro. Trata-se de uma pesquisa qualitativa em educação que, devido ao número reduzido de sujeitos e às especificidades do contexto, caracterizou-se como um estudo de caso. Para coleta dos dados, acompanhamos quatro encontros do programa. Neles, os estudantes tiveram oportunidade de resolver o problema, ler uma história em quadrinhos que o descreve, planejar, realizar e refletir sobre a realização de uma atividade que visa discutir o problema com alunos do sexto ao nono ano da escola municipal onde são estagiários. Fundamentam a pesquisa as ideias de Tardif sobre os saberes docentes. Segundo ele, os saberes docentes são bastante diversificados e podem ser classificados em saberes da formação profissional, saberes disciplinares, curriculares e existenciais. São destacados aqui os saberes disciplinares e curriculares. Nos saberes disciplinares reconhecemos as crenças e concepções dos estudantes sobre a matemática e o seu ensino e foram predominantes as visões instrumental, absolutista e logicista da matemática. Nos saberes curriculares são enfatizados os documentos oficiais que orientam o ensino e percebemos o desenvolvimento de uma visão crítica em relação aos Parâmetros Curriculares Nacionais de matemática para o terceiro e quarto ciclo do Ensino Fundamental e aos materiais didáticos oficiais da rede municipal do Rio de Janeiro no que concerne ao ensino de frações. Nossos sujeitos salientam a necessidade de uma abordagem mais clara e profunda dos significados que podem ser associados às frações.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Métricas

Carregando Métricas ...

Biografia do Autor

Gabriela dos Santos Barbosa, Universidade do Estado do Rio de Janeiro

Professora do Programa de Mestrado em Educação, Comunicação e Cultura em Periferias Urbanas

Professora do Mestrado Profissional PROFMAT da UERJ

Professora e coordenadora do curso de licenciatura em matemática da FEBF

Alzir Fourny Marinhos, Fundação Educacional Unificada CampograndenseMestre em Educação Matemática

Professor e coordenador da licenciatura em Matemática da Fundação Educacional Unificada Campograndense

Alexandre Herculano Ferreira Freitas, Universidade Federal do Rio de Janeiro

Mestre em Educação

Referências

ALRØ, H.; SKOVSMOSE, O. Diálogo e aprendizagem em educação matemática. Belo Horizonte: Autêntica, 2006. apud NACARATO, A. M.; MENGALI, B. L. S.; PASSOS, C. L. B. A matemática nos anos iniciais do ensino fundamental: tecendo fios do ensinar e do aprender. 2. ed. – Belo Horizonte: Autêntica, 2015.

ARAÚJO, J. L.; BORBA, M. C. Construindo pesquisas coletivamente em Educação Matemática. In: BORBA, M. C.; ARAÚJO, J. L. (orgs.). Pesquisa Qualitativa em Educação Matemática. Belo Horizonte: Autêntica, 2013, p. 31-51.

ALARCÃO, I. Professor-investigador: Que sentido? Que formação? In: CAMPOS, B. P. (Org.). Formação profissional de professores no ensino superior. v. 1, Porto: Porto Editora 2001. p. 21-31.

BARTH, B. O saber em construção – para uma pedagogia da compreensão. Coleção Horizontes Pedagógicos, Instituto Piaget, Lisboa, Portugal: 1993.

BRITO, A. J.; ALVES, F. T. O. Profissionalização e saberes docentes: análise de uma experiência em formação inicial de professores de Matemática. In: NACARATO, A. M.; PAIVA, M. A. V. (Org.). A formação do professor que ensina Matemática: perspectivas e pesquisas. 3. ed. – Belo Horizonte: Autêntica, 2008, p. 27-42.

BRUNER, J. Actual Minds, Possible Words. Cambridge: Harvard University Press, 1986.

D’AMBRÓSIO, U. Transdisciplinaridade. São Paulo: Palas Athenas, 2002.

________. Prefácio. In: BORBA, M. C.; ARAÚJO, J. L. (orgs.). Pesquisa Qualitativa em Educação Matemática. Belo Horizonte: Autêntica, 2013, p. 11-22.

GIL, A. C. Como elaborar projetos de pesquisa. 4. ed. São Paulo: Atlas, 2013.

GOLDENBERG, M. A arte de pesquisar: como fazer pesquisa qualitativa em Ciências Sociais. X. Ed. Rio de Janeiro: Record, 1999.

HEIJENOORT, J. (1967). From Frege to Gödel: a source book in mathematical logic, 1879−1931 (em inglês). Cambridge, Massachusetts: Harvard University Press

LÜDKE, M.; ANDRÉ, M. Pesquisa em Educação: abordagens qualitativas. São Paulo: Editora EPU, 2014.

NACARATO, A. M.; MENGALI, B. L. S.; PASSOS, C. L. B. A matemática nos anos iniciais do ensino fundamental: tecendo fios do ensinar e do aprender. 2. ed. – Belo Horizonte: Autêntica, 2015.

NÓVOA, A. Para uma formação de professores construída dentro da profissão. Revista de Educación, n. 350, set./dez. 2009, pp. 203-218. Disponível em: <http://www.revistaeducacion.educacion.es/re350/re350_09por.pdf>.

PATTO, M. H. S. A produção do fracasso escolar. Histórias de submissão e rebeldia. São Paulo: T.A. Queiroz, 1990.

PIAGET. J. Epistemologia genética. São Paulo: Martins Fontes, 2002.

PIMENTA, S. G. O estágio na formação de professores: unidade teoria e prática. 5 ed. São Paulo: Cortez, 2002.

RON, R. R. D. Planejamento de Ensino e Avaliação da aprendizagem. Revista Eletrônica de Educação e Tecnologia do SENAI-SP. ISSN: 1981-8270. v.4, n.8, mar. 2010.

SERRAZINA. L. A formação para o ensino da matemática: perspectivas futuras. Educação. Matemática em Revista – SBEM, ano 10, n. 14, p. 67-73, 2003.

TAHAN, M. O Homem que Calculava. Rio de Janeiro, Record, 2010.

TARDIF, M. Saberes docentes e formação profissional. Petrópolis, Rio de Janeiro: Vozes, 2014.

THOMPSON, A. Teachers’ beliefs and conceptions: a synthesis of the research. In: GROUWS, D. A. (Ed.) Handbook of research on mathematics teaching and learning, p. 127-146. New York, NY: Macmillan, 1992.

VERGNAUD, G. A criança, a matemática e a realidade: problemas do ensino da matemática na escolar elementar. Trad. Maria Lucia Moro. Curitiba: UFPR Press, 2009.

VYGOTSKY, L. S. A pré-história da linguagem escrita. A formação social da mente. São Paulo: Martins Fontes, p. 119-134, 1984.

YIN. R. K. Estudo de caso: planejamento e métodos. 3 ed., Porto Alegre: Bookman, 2005.

ZORZAN, A. S. L.; Ensino-Aprendizagem: Algumas tendências na educação matemática. In: GÜLLICH, R. I. C (Org.). Educar pela pesquisa: Formação e processos de estudo e aprendizagem com pesquisa, 2007.

Downloads

Publicado

01-05-2018

Métricas


Visualizações do artigo: 17     PDF downloads: 9

Como Citar

SANTOS BARBOSA, Gabriela dos; MARINHOS, Alzir Fourny; FERREIRA FREITAS, Alexandre Herculano. O problema dos camelos numa história em quadrinhos: reflexões e construção de saberes docentes. Revista de Educação Matemática, [s. l.], v. 15, n. 19, p. 277–293, 2018. Disponível em: http://www.revistasbemsp.com.br/index.php/REMat-SP/article/view/264. Acesso em: 27 abr. 2024.

Edição

Seção

A contribuição de Malba Tahan para a Educação Matemática: a atualidade das lições do mestre