Concepção Antropológica de Paulo Freire e Colonialidade do Saber na (Educação) Matemática
DOI:
10.37001/remat25269062v22id411Palavras-chave:
concepção antropológica freiriana, colonialidade do saber, pedagogia freiriana, pedagogia decolonial, formação de educadores(as)Resumo
O presente artigo se propõe a problematizar o processo de ensino e de aprendizagem da matemática com base na concepção antropológica de Paulo Freire, cuja fundamentação configura os contornos de sua pedagogia. Partindo do pressuposto de que tal concepção preconiza uma formação integral, crítica e reflexiva de educadores(as), acreditamos que suas práticas pedagógicas possam fomentar uma aquisição de aprendizagens significativas. Nesta perspectiva de criticidade, apresentamos os fundamentos de colonialidade do saber na matemática e na educação matemática, de modo que os(as) educadores(as) possam superar as amarras e os condicionamentos históricos aos quais são apresentados, por meio de um currículo escolar conteudista, eurocêntrico e, em muitos casos, desprovido de sentido para os(as) educandos(as). Neste contexto, a possibilidade de reinventarmos o mundo, em direção ao processo de humanização na formação de educadores(as), remete à dimensão da ética como valor fundante da/na pedagogia freiriana. Uma ética que dialogue com as necessidades formativas, com os desejos, com as dificuldades e com a esperança de uma formação integral de educadores(as) molhada de humanidade, de rigorosidade e de coerência teórico-prática, na busca progressiva da práxis no ofício dos(as) educadores(as).
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