Problematizando a Agenda da Educação 2030: Relatório da UNESCO, Relações de Gênero, Educação STEM e Direitos Humanos

Autores

DOI:

10.37001/remat25269062v17id466

Palavras-chave:

Gênero, Educação Matemática, Desenvolvimento Sustentável

Resumo

Neste artigo, analisamos o relatório produzido pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura, a UNESCO (2018) que discute alguns objetivos da Agenda 2030 das Organizações das Nações Unidas (ONU) bem como os apontamentos para que o desenvolvimento sustentável das nações se efetive por meio da educação em ciências, tecnologia, engenharia e matemática (STEM).  Neste relatório, o conhecimento matemático e as questões de gênero aparecem articuladas e esta relação é apontada como elemento chave para o desenvolvimento sustentável defendido. A investigação problematiza as conclusões apresentadas pelo documento, evidenciando que a narrativa nele presente indica que a cidadania qualificada deve inserir todos os indivíduos na dinâmica social do trabalho especializado e, as meninas e mulheres não podem ficar de fora disso, haja vista que são um enorme contingente da população conduzindo a compreensão dos modos pelos quais a racionalidade neoliberal se constitui como uma arte contemporânea de produzir e governar subjetividades. Portanto, os resultados evidenciam que, a despeito do clamor onipresente na sociedade pela superação das desigualdades de gênero como demanda fundamental na contemporaneidade, isto decorre da necessidade orquestrada pela racionalidade vigente de engajar meninas e mulheres como contingentes especializados e qualificados para o mercado de trabalho.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Métricas

Carregando Métricas ...

Biografia do Autor

Vanessa Neto, UFMS

Doutora em Educação Matemática pela Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS). Professora Adjunta da Faculdade de Educação da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS). Campo Grande, Mato Grosso do Sul, Brasil

Referências

BANCO MUNDIAL. The International Bank for Reconstruction and Development / The World Bank. Disponível em: <https://www.gov.br/mdh/pt-br/navegue-por-temas/politicas-para-mulheres/arquivo/assuntos/conselho/relatorio-sobre-desenvolvimento-mundial-2012-2013-201cigualdade-de-genero-e-desenvolvimento/view> Acesso em 28 de jul. 2020, 2012

BEAUVOIR, S. O segundo sexo. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1980.

BROWN, W. Undoing the demos: Neoliberalism’s stealth revolution. New York: Zone Books, 2015.

BROWN, W. O Frankenstein do neoliberalismo: liberdade autoritária nas “democracias” do século XXI. In RAGO, M.; PELEGRINI, M. Neoliberalismo, feminismo e contracondutas: Perspectivas foucaultianas. Intermeios. São Paulo, 2019.

BUTLER, J. Problemas de gênero: feminismo e subversão da identidade. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2010.

CARVALHO, A. F. Revista Interinstitucional Artes de Educar. Rio de Janeiro, V. 6 N. 3 – pag 935-956 (set - dez 2020): “Itinerâncias entre Michel Foucault e Educação”, 2020.

FOUCAULT, M. O sujeito e o poder. In. RABINOW, P. DREYFUS, H. L. (Eds.) Michel Foucault, uma trajetória filosófica: (para muito além do estruturalismo e da hermenêutica). Rio de Janeiro: Forense Universitária, 1995.

FOUCAULT, M. Microfísica do Poder. Tradução Roberto Machado. 13. ed. Rio de Janeiro: Edições Graal, 1998. (Biblioteca de Filosofia e História das Ciências).v. 7E-book.

FOUCAULT, M. Ditos e Escritos V: ética, sexualidade, política. 2ª ed. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 2006a.

FOUCAULT, M. A Hermenêutica do Sujeito. 2ª ed. São Paulo: Martins Fontes, 2006b.

FOUCAULT, M. The birth of biopolitics: lectures at the Collège de France, 1978-1979. Basingstoke, UK: Palgrave MacMillan, 2008.

FOUCAULT, M. Ditos e Escritos IX: genealogia da ética, subjetividade e sexualidade. 2ª ed. Rio de Janeiro: Forense Universitária. 2014.

LAVAL, C. A escola não é uma empresa. O neoliberalismo em ataque ao ensino público. São Paulo: Boitempo, 2019.

LEDER G.C. Gender and Mathematics Education: An Overview. In: Kaiser G., Presmeg N. (eds) Compendium for Early Career Researchers in Mathematics Education. ICME-13 Monographs. Springer, Cham. https://doi.org/10.1007/978-3-030-15636-7_13, 2019.

MEAD, M. Macho e fêmea. Editora Vozes, 1971.

NETO, V. F.; VALERO, P. A (in)equidade de gênero em educação matemática: pesquisando as pesquisas. In: Gonçalves, H. J. L. (org.). Educação Matemática e Diversidade(s). Porto Alegre: Editora Fi. (Processos Formativos).p. 195–213, 2020.

NETO, V. F.; GUIDA, A. M. A Constituição do Sujeito-mãe nos Livros Didáticos de Matemática da Educação do Campo. Educação, v. 45, 2020 – Jan./Dez. – Publicação contínua, 2020.

OECD. Low-Performing Students: Why They Fall Behind and How to Help Them Succeed. Paris: OECD Publishing. 2016.

ROSE, N. Inventando nossos selfs. Psicologia, poder e subjetividade. Petrópolis: Vozes, 2011.

OKSALA, J. O Sujeito Neoliberal do Feminino. Orgs.: RAGO, M.; PELEGRINI, M. Neoliberalismo, feminismos e constracondutas: perspectivas foucaultianas. São Paulo. Intermeios., 2019.

UNESCO. Eliminating gender bias in textbooks: Pushing for policy reforms that promote gender equity in education. Education for All Global Monitoring Report. Paris, 2015.

UNESCO. Decifrando o código: educação de meninas e mulheres em ciência, tecnologia, engenharia e matemática (STEM). Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura, 7, place de Fontenoy, 75352 Paris 07 SP, França, e pela Representação da UNESCO no Brasil, 2018.

Downloads

Publicado

01-01-2020

Métricas


Visualizações do artigo: 57     PDF downloads: 51

Como Citar

NETO, Vanessa; BATISTA, Rodrigo. Problematizando a Agenda da Educação 2030: Relatório da UNESCO, Relações de Gênero, Educação STEM e Direitos Humanos. Revista de Educação Matemática, [s. l.], v. 17, p. e020057, 2020. DOI: 10.37001/remat25269062v17id466. Disponível em: http://www.revistasbemsp.com.br/index.php/REMat-SP/article/view/175. Acesso em: 28 abr. 2024.

Edição

Seção

Artigos Cientí­ficos