O que é isto que se vê na concepção de professoras que ensinam Matemática sobre a pesquisa colaborativa?

Autores

DOI:

10.37001/remat25269062v19id724

Palavras-chave:

Grupos Virtuais Colaborativos, Práxis docente, Pesquisa Colaborativa

Resumo

Neste artigo, buscamos a compreensão do que vem a ser pesquisa colaborativa na concepção de professoras que ensinam Matemática, partícipes de um grupo virtual colaborativo, o qual foi constituído com dois objetivos: primeiramente, aprofundar os estudos sobre Educação Inclusiva e, em segundo, superar as dificuldades impostas pelo cenário de pandemia, dentre elas, a necessidade de utilização de recursos tecnológicos para o ensino de Matemática a distância. Nessa perspectiva, o grupo, inicialmente, procurou compreender aspectos relacionados à díade pesquisa e colaboração. As discussões delineadas encontram-se ancoradas na Pesquisa Colaborativa, articulada à Cultura de Colaboração na Práxis docente. O corpus de análise emerge da transcrição dos diálogos entre as partícipes nos encontros virtuais. Para auxiliar no processo de mineração de texto, utilizou-se o software IRaMuTeQ. Nossas reflexões emergem da Análise Textual Discursiva (ATD), em um exercício de análise crítico/reflexivo com características fenomenológicas e hermenêuticas, ou seja, em um movimento descritivo e interpretativo a partir do olhar do pesquisador como tradutor desse movimento. Ao longo do estudo, observa-se diálogos com essência crítica-reflexiva, tomada de consciência da realidade social e política, frente ao distanciamento entre pressupostos teóricos e legais, a ausência de ações que fomentem uma autêntica práxis inclusiva. Nossos achados revelam a importância da Cultura de Colaboração na produção de saberes conectados à necessidade do agir, constituindo-se característica fundamental para a prática da pesquisa colaborativa.

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Biografia do Autor

Edvanilson Santos de Oliveira, Universidade Federal do Mato Grosso do Sul – UFMS

Doutorando em Educação Matemática pela Universidade Federal do Mato Grosso do Sul (2019), Mestre em Educação Matemática pela Universidade Estadual da Paraíba (2015). É docente no curso Superior de Tecnologia em Automação Industrial na Faculdade SENAI-PB e Tutor na modalidade EAD do curso de Pedagogia da Universidade Estadual de Minas Gerais.

Patrícia Sandalo Pereira, Universidade Federal do Mato Grosso do Sul-UFMS

Possui graduação em Ciências Habilitação Plena Em Matemática pela Universidade Federal de Uberlândia (1985), mestrado em Educação Matemática (1997) e doutorado em Educação Matemática (2005) pela Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho - UNESP - Rio Claro. Docente do curso de Licenciatura em Matemática e dos Programas de Pós-Graduação em Educação Matemática e Ensino de Ciências da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS). Revisora e membro do corpo editorial de inúmeros periódicos. Membro do GT7 - Formação de professores que ensinam Matemática da SBEM. Associada da Anped - Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Educação e da AFIRSE - Associação Francofone Internacional de Pesquisa Científica em Educação - Secção Brasileira. Líder do Grupo de Pesquisa FORMEM - Formação e Educação Matemática. Atualmente desenvolve estudos e pesquisas na área de Educação Matemática e Ensino de Ciências com base nos princípios do Materialismo Histórico Dialético e da Pesquisa Colaborativa, atuando principalmente com Formação de Professores (formação inicial, formação continuada e desenvolvimento profissional).

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Publicado

01-01-2022

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Como Citar

OLIVEIRA, Edvanilson Santos de; PEREIRA, Patrícia Sandalo. O que é isto que se vê na concepção de professoras que ensinam Matemática sobre a pesquisa colaborativa?. Revista de Educação Matemática, [s. l.], v. 19, n. 01, p. e022027, 2022. DOI: 10.37001/remat25269062v19id724. Disponível em: http://www.revistasbemsp.com.br/index.php/REMat-SP/article/view/91. Acesso em: 28 abr. 2024.

Edição

Seção

Artigos Cientí­ficos